Sons da Perifa https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br Um blog sobre cultura periférica, a voz da periferia Mon, 13 Dec 2021 15:07:17 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Sons da Perifa em novo endereço https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/2021/12/13/sons-da-perifa-em-novo-endereco/ https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/2021/12/13/sons-da-perifa-em-novo-endereco/#respond Mon, 13 Dec 2021 15:07:17 +0000 //f.i.uol.com.br/hunting/folha/1/common/logo-folha-facebook-share.jpg https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/?p=857 Caro leitor,

Este blog continua na Folha, mas, agora, em um novo endereço. Acesse www1.folha.uol.com.br/blogs/sons-da-perifa/ para continuar lendo tudo que o Sons da Perifa publica.

Os textos já publicados permanecerão neste espaço para serem lidos e relidos.

Clique a seguir para ler o novo texto o blogwww1.folha.uol.com.br/blogs/sons-da-perifa/

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Baile das Sete Vidas acontece neste sábado (27) e retoma hip hop no centro de SP https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/2021/11/27/baile-da-sete-vidas-acontece-neste-sabado-27-e-retoma-hip-hop-no-centro-de-sp/ https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/2021/11/27/baile-da-sete-vidas-acontece-neste-sabado-27-e-retoma-hip-hop-no-centro-de-sp/#respond Sat, 27 Nov 2021 13:15:41 +0000 https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/files/2021/11/WhatsApp-Image-2021-11-25-at-17.10.29-300x215.jpeg https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/?p=829 Neste sábado (27) acontece a primeira edição do Baile das Sete Vidas, no Centro Cultural Ouvidor 63, festa comandada pelos DJs de Spanta e Gigo, que faz parte da programação da Terceira Bienal do Centro Cultural Ocupação Ouvidor63.

O baile é uma parceria da Central, que hoje é organizadora de diversos eventos no Point da Pixação, e fica na rua 24 de Maio, região central de São Paulo, e Projeto Swings&Batidas, composto pelos DJs Spanta & Gigo que tocam novidades da música brasileira, rap, funk soul e música eletrônica.

A ideia surgiu entre os representantes do Projeto Swings&Batidas e o proprietário da Central, para fomentar a cena do Hip Hop na região central de São Paulo, que hoje encontra-se pausada por conta da pandemia.

O evento gratuito será realizado na Rua do Ouvidor, 63, na Sé, região central da capital, e está programado para começar às 16h20.

 

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Festival idealizado por mulheres negras na Cidade Ademar traz pioneira do rap https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/2021/11/20/festival-idealizado-por-mulheres-negras-na-cidade-ademar-traz-pioneira-do-rap/ https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/2021/11/20/festival-idealizado-por-mulheres-negras-na-cidade-ademar-traz-pioneira-do-rap/#respond Sat, 20 Nov 2021 18:57:54 +0000 https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/files/2021/11/Mana-Bella-300x215.jpg https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/?p=809 Embalados pelo dia da Consciência Negra, o festival Território Dente de Leoa vai apresentar a batalha da Feira Livre, que há cinco anos na Cidade Ademar promove a cultura hip-hop. A batalha de rimas terá apresentação da rapper e produtora Mana Bela e participação especial de Dory de Oliveira, uma das primeiras MCs de rap da capital.

Criado pela coletividade de mulheres Dente de Leoa, da Cidade Ademar, que fica na região leste de São Paulo, o festival tem como missão criar grandes encontros de artistas periféricos. Além disso, o evento quer fazer a ponte entre novas vozes no gênero e nomes consagrados.

O evento, que acontece até o dia 26 de novembro, faz parte do projeto “Segue o Baile” e foi contemplado pela 5ª Edição do Programa de Fomento à Cultura da Periferia da Cidade de São Paulo, da Secretaria Municipal de Cultura.

 

 

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Roubar para comer não deveria ser crime, é legítima defesa https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/2021/10/13/roubar-para-comer-nao-deveria-ser-crime-e-legitima-defesa/ https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/2021/10/13/roubar-para-comer-nao-deveria-ser-crime-e-legitima-defesa/#respond Wed, 13 Oct 2021 16:37:21 +0000 https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/WhatsApp-Image-2021-10-13-at-12.51.02-300x215.jpeg https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/?p=771 Duas garrafas de Coca-Cola, um suco Tang e dois pacotes Miojo, R$ 21,69. Na conta: cinco filhos com fome, 41 anos sofridos e uma sentença aplicada por um desembargador que a condenou por “reincidência”, como se sentir extrema fome por mais de uma vez fosse crime.

No país onde mais de 24,5 milhões não têm certeza de como se alimentarão durante o dia, é um risco observar o supermercado pelo lado de fora, sem poder matar a fome.

“Amiga, a África!”. Não, Rafa Kalimann, Brasil.

No grupo “Vila Mariana — Um bairro queridinho de São Paulo”, do Facebook, um comentário, “morrer de fome não justifica roubar. Minha mãe teve sete filhos e nunca roubou”, conta uma senhora em um post com o link da matéria colocada no grupo. Em seu perfil na rede, ela recebe curtidas e categóricas frases de aprovação.

Em 19 de maio, Edson Fachin, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), condenou o ex-governador de São Paulo, Paulo Maluf, a pagar R$ 2,4 milhões à Justiça. Montante restante de uma multa que ele não quitou.

Quantas garrafas de Coca e pacotes de Miojo Maluf comprou? Algumas reincidências. 

Enquanto isso, no Elevado Presidente João Goulart, apelidado de Minhocão: sol, cerveja, bicicletas do Itaú, camisas coloridas da Renner, bronze, sorrisos e festa com bexigas. “Graças a Deus hoje o dia está quente!”, disse a menina de cabelo rosa. 

Abaixo: cheiro de miséria misturado com urina, fezes, crack e fome.

Pessoas que perdem o poder da invisibilidade quando atrapalham o trânsito, causando medo em quem passa. Empesteando o ar com o seu cheiro habitual.

A uma distância de R$ 21,69 de Uber da Vila Mariana, a polícia continua sendo o braço governamental que dissemina o mal com suas fardas e caveirões. A serviço daqueles que controlam opiniões e que roubam milhões, os donos de mansões.

O trabalho liberta, já diziam os nazistas. E, como os burgueses, querem o trabalho do pobre ou então sua morte.

“A distribuição de alimentos na Cracolândia só ajuda o crime”, disse a deputada estadual Janaína Paschoal, do PSL. 

“Mas olha, falando dos projetos sociais, algo muito importante… é assim: as pessoas que estão na rua. Não é correto você chegar lá na rua e dar marmita, porque a pessoa tem que se conscientizar que ela tem que sair da rua. Porque a rua hoje é um atrativo, a pessoa gosta de ficar na rua”, afirmou Bia Doria, mulher do governador João Doria, do PSDB.

É bilionário indo para o espaço e pobre envergonhado vendo sua família passando fome. 

Nos anos de 1880, os pretos escravos se revoltaram e fizeram rebeliões por não aguentar serem mais torturados, escravizados e mortos. Vinham aos montes em navios negreiros para passar dor e fome.

Os camburões hoje realizam essa tarefa. Levam pobres pretos escravizados por senhorios, geralmente brancos e ricos. Sem dignidade há muito tempo, agora fazem parte de outra população, a carcerária. 

Sequelas, miseráveis, entrando pela porta de serviço uniformizados e sendo pisados. Guiados pelo ódio e crescendo. MST, CUT, UNE, CV e PCC. O mundo se organiza, cada um, à sua maneira.

Roubar para comer deveria ser considerado legitima defesa, por simplesmente estar matando aquilo que nos mata.

A geladeira desligada: água, arroz velho e uma pote de Doriana que guarda o resto de uma cebola e um alho. Cada mãe sabe a dor que sente, quando vê um filho passando fome. Essa é mais uma dor que o tempo não vai curar. 

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Aniversário de festa literária terá Emicida, Maria Bethânia e Djamila Ribeiro https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/2021/10/07/aniversario-de-festa-literaria-tera-emicida-maria-bethania-e-djamila-ribeiro/ https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/2021/10/07/aniversario-de-festa-literaria-tera-emicida-maria-bethania-e-djamila-ribeiro/#respond Thu, 07 Oct 2021 13:11:38 +0000 https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/WhatsApp-Image-2021-10-07-at-10.02.01-300x215.jpeg https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/?p=760 A Flup (Festa Literária das Periferias) comemora dez anos em novembro e traz desta vez uma edição especial com Emicida, Maria Bethânia e Djamila Ribeiro. O festival, que será online, terá a temática indígena e reunirá poetas ao redor do mundo.

O evento iniciará nos dias 30 e 31 de outubro, na favela da Babilônia, no Rio de Janeiro. Oito poetas da América do Sul dividem a cena com oito slamers da América do Norte na disputa desse que será o primeiro slam indígena.

Já nos dias 5, 6 e 7 de novembro a FLUP realizará o Slam Abya Yala –que na língua do povo Kuna, significa Terra madura– vai reunir campões dos slams realizados em 14 países das Américas e acontecerá na Laje da Aquarela do Leme, na Babilônia, Rio de Janeiro.

Um dos destaques deste ano será um painel online entre Boaventura de Souza Santos e o rapper Emicida. O tema do debate será “Diáspora Lusófona” a partir do hip hop. “Acredito que não só a música, mas a cultura hip-hop funciona como um grande telefone que conecta todas as ramificações da cultura africana. Ela causa um sentimento de solidariedade que acaba nos conectando”, comenta Emicida.

Igualmente imperdível será a homenagem que Maria Bethânia fará a Aldir Blanc, ícone da resistência à ditadura militar que morreu de covid no início da pandemia.

A maratona inclui também o painel “O que aprendi com as mais-velhas na cozinha da minha casa”, em que as filósofas Djamila Ribeiro e Tanella Boni conversam sobre conhecimentos e cultura negras.

A curadoria é compartilhada por Renata Tupinambá, poeta e ativista que vive no Rio de Janeiro,  e Jenifer Murrin, slamer queer que atualmente vive em Toronto e já foi duas vezes campeã do slam canadense.  O Coalkan reedita a parceria da Flup com o Toronto International Festival of Authors, que em 2020 compartilharam o Slam Cúir, apenas com poetas LGBTQIA+.

Edição passada da FLUP, que aconteceu no MAR (Museu de Artes do Rio) em 2019 (Foto: Divulgação)

“A comunidade de poetas indígenas aguarda ansiosamente esse encontro com os parentes da América do Norte”, conta a curadora Renata Tupinambá, para quem o slam dialoga diretamente com a tradição oral dos povos originários. Os indígenas sempre cobraram um lugar na cena do slam, que no Brasil tem sido dominado por pessoas negras, particularmente as mulheres.

Outro ponto alto da programação é o encontro entre Flávio Gomes, Jaime Lauriano e Lilia Schwarcz. Eles debaterão o processo de criação da Enciclopédia Negra, tanto do livro quanto da exposição em cartaz na Pinacoteca.

“O Brasil se vê como um país birracial, dividido entre negros e brancos, como se toda herança indígena fizesse parte do passado, como se o extermínio cometido contra os povos originários tivesse se estendido a sua cultura, a sua história”, conta Ludermir.

Para o Cacique Babau, de origem Tubinambá, a palavra é a arma mais perigosa utilizada pelos povos indígenas e eles precisariam aprender a manejá-la para sobreviver. E é através dela que a Flup a dez anos inclui a questão indígena no Lanani, o Laboratório de Narrativas Negras, parceria de formação de roteiristas com a TV Globo, e na programação com os slams.

Roberta Estrela D´Alva, criadora do primeiro slam no Brasil, comenta que os primeiros colocados vão participar da Copa do Mundo de Poesia que acontecerá em setembro na Bélgica.

D’Alva partilha a curadoria com Comikk Mg, reconhecido pelo SLAM nas Américas. A dupla também participa da bancada de entrevistadores de Marc Smith, poeta americano que criou as batalhas de poesia em Chicago, na década de 1980.

No dia do aniversário da FLUP, 7 de novembro, a data será comemorada com a segunda edição do Prêmio Ecio Salles, que este ano homenageará dez pessoas fundamentais para a Flup.

Outra grande novidade da Flup será o modo como os debates online serão disponibilizados para o público. “Adotaremos o formato de streamings, que liberando os conteúdos simultaneamente”, revela o diretor do festival.

A única mesa que seguirá a lógica clássica das lives será Rimas Transatlânticas, na qual Emicida e Boaventura de Souza Santos abrirão a programação da décima edição.

Vale lembrar que a programação dos dez anos só ficará online até 8 de novembro.

Programação Flup 10 anos

Flupflix: Maratona de painéis online de 30 de outubro a 8de novembro
Mais informações no site do festival: www.flup.net.br/

Rimas transatlânticas – Rapensando a Diáspora Através da Palavra Falada
Emicida e Boaventura de Souza
mediação de Raquel Lima

Todo mundo é griot, mesmo quem não é griot
Ondjaki e Raquel Lima
mediação de Carla Fernandes

Diáspora, uma palavra feminina
Mynda Guevara e Telma Tvon
mediação de Joana Henriques Gorjão

Harlem abissal
Miguel de Barros e Redy Wilson Lima
mediação de Bruno Sena Martins

Tudo que aprendi com as mais-velhas na cozinha de minha casa
Djamila Ribeiro e Tanella Boni
mediação de Ana Paula Lisboa

 Diálogo de surdos
Djenebou Bathily e Leo Castilho
mediação de Alessandra Makkeda

Palavra confinada
Lucas Moura, Kaê Guajajara e Pierre Vinclair

Jogo de palavra – Como o slam se espalhou pelo mundo
Comiikk MG, Emerson Alcaide e Roberta Estrela D’Alva entrevistam Marc Smith, o criador do slam

Rime como uma garota
Bibi Abigail, Edith Azam e Luiza Romão
mediação de Karine Bassi

Corre pro Pajeú
Luna Vitrolira comanda mesa de glosa com Dayane Rocha, Elenilda Amaral, Ivoneide Amaral, Francisca Araújo, Thaynnara Queiroz, poetas do sertão do Pajeú

Enciclopédia Negra, biografias que nos definem
Flávio Gomes, Jaime Lauriano e Lilian Schwarcz
mediação de Eugênio Lima

Homenagem do milênio
Maria Bethania recita letras de Aldir Blanc

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Quadra de basquete recebe nome de Kathlen Romeu, grávida morta em ação policial https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/2021/09/14/quadra-de-basquete-recebe-nome-de-kathlen-romeu-gravida-morta-em-acao-policial/ https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/2021/09/14/quadra-de-basquete-recebe-nome-de-kathlen-romeu-gravida-morta-em-acao-policial/#respond Tue, 14 Sep 2021 13:00:05 +0000 https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/nova_kk-300x215.jpg https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/?p=719 No último domingo, 12 de setembro, uma quadra de basquete em frente a comunidade do Jacarezinho foi inaugurada e batizada de “Quadra Klathen Romeu”, jovem de 24 anos, morta no dia 8 de junho por uma bala perdida no complexo de Lins, zona norte do Rio de Janeiro, enquanto visitava a mãe. 

Através de financiamento coletivo, doações de outros projetos e parceria com a agência Redes para Juventude, onde foram incluídos na ação “Contra-Ataque”, o Jacaré Basquete, grupo de ex-atletas de basquete que ajudam jovens de comunidade a ter outras perspectivas de futuro, resolveram revitalizar a quadra estava depredada e abandonada..

Partida de basquete durante inauguração da quadra ‘Quadra Kathlen Romeu’ (Foto: Pedro Siqueira)

Thiago Nascimento, 24, idealizador do projeto, comenta que a transformação durou 15 dias. “Era um espaço completamente abandonado. Com o apoio dos grafiteiros Antônio TON e Pandro Nobã, pintamos e revitalizamos a quadra. Para a inauguração, escolhemos o nome da Klathen Romeu e pedimos ao vereador Márcio Ribeiro, do AVANTE-RJ, para apresentar esse projeto de mudança de nome na câmara”.

Em nota, o vereador Márcio Ribeiro endossa o pedido feito pela comunidade: “Daremos entrada em um projeto de lei que pede que seja dado o nome da jovem Kathlen Romeu na quadra esportiva. Realizaremos isso para homenagear a jovem, que morreu tragicamente após ser atingida por uma bala perdida, no Complexo do Lins. Esta homenagem é uma forma de manter vivo o espírito da jovem, que era conhecida por todos como uma pessoa alegre, cheia de  esperanças e sonhos, mas que infelizmente não teve tempo de realizá-los.”

Durante a inauguração foram distribuídos brindes da NBA Store para as crianças (Foto: @viajantelirico)

A quadra teve também ajuda do projeto Paraíso do Basquete, idealizado pela plataforma Payback. Daniel Lorio, 27, fundador da empresa, comenta que resolveram ajudar essa iniciativa por acreditarem que o Jacaré Basquete tem potencial de impactar pessoas a partir da prática do esporte. 

“Apoiar foi uma ótima oportunidade para revitalizarmos nossa primeira quadra de basquete na zona norte do Rio de Janeiro. Compartilhar os mesmo valores que o Jacaré Basquete ajudou nessa parceria. O Paraíso do Basquete ainda prevê ajudar outros projetos socioesportivos em diferentes lugares da cidade”, conclui o empresário.

Imagem aérea da quadra na zona norte do Rio de janeiro batizada de ‘Quadra Klathen Romeu’ (Foto: Divulgação)

Durante o evento, os familiares de Klathen Romeu receberam flores e uma placa com o seu nome da ex-modelo. Kits da NBA Store e Decathlon foram distribuídos as crianças que também puderam participar de uma oficina de batalhas de rimas.

Outra atração foi um campeonato improvisado de “3×3”, jogo disputado em uma das metades da quadra com duas equipes com três jogadores, teve o “Basquete Cruzada”, outro projeto de incentivo ao esporte, primeiro campeão do espaço.

Thiago Nascimento, 24, idealizador do projeto Jacaré Basquete segura a placa com o novo nome da quadra (Foto: Divulgação)

O acesso a direitos básicos como saúde mental, física e lazer foi o que motivou Thiago nessa trajetória. “O nosso projeto atua nas regiões do Jacaré e Jacarezinho por que acreditamos que o esporte é uma ferramenta de inclusão social. Nosso intuito é acolher jovens melhorando a qualidade de vida dos moradores da região” conclui o idealizador.

Quem quiser visitar a quadra, o espaço fica na Rua Reginaldo Pardelha, s/n., no bairro do Cachambi, zona norte do Rio de Janeiro. Mais informações podem ser encontradas no perfil do Instagram @jacare.basquete.

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Mano Brown recebe Karol Conká na estreia do podcast ‘Mano a Mano’ https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/2021/08/23/mano-brown-recebe-karol-conka-na-estreia-do-podcast-mano-a-mano/ https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/2021/08/23/mano-brown-recebe-karol-conka-na-estreia-do-podcast-mano-a-mano/#respond Mon, 23 Aug 2021 14:36:27 +0000 https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/files/2021/08/65ddee25c345c5c92ecc40bb6754e33c2b810a8b3ef42a0fadd75df3b263225e_610ac4b6b50af-300x215.jpg https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/?p=694 Racismo, cancelamento e os bastidores do rap em uma conversa com a cantora Karol Conká é o que marca a estreia do podcast “Mano a Mano”, original do Spotify, conduzido por Mano Brown que estreia nesta quinta, dia 26. 

Ao todo serão 16 episódios semanais divulgados toda quinta-feira. Outro tema abordado no episódio por Brown são algumas das recordações dos 30 anos de carreira na música como integrante do grupo Racionais MC’s.

Além de Karol, outros convidados, entre eles alguns controversos, já foram confirmados: o médico Drauzio Varella, o pastor Henrique Vieira, o técnico de futebol Vanderlei Luxemburgo e o político Fernando Holiday.

Ainda sobre a produção do podcast, Brown conta com uma equipe totalmente negra, incluindo a produtora Boogie Naipe.

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Não é cedo demais para saber que a vida é desgraçada aqui https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/2021/06/09/nao-e-cedo-demais-pra-saber-que-a-vida-e-desgracada-aqui/ https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/2021/06/09/nao-e-cedo-demais-pra-saber-que-a-vida-e-desgracada-aqui/#respond Wed, 09 Jun 2021 18:08:05 +0000 https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/files/2021/06/E3ZJQDeXEAsyL1v-e1623261628178-300x215.jpg https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/?p=619 “Será que são tiros ou fogos?”. Saber diferenciar fogos de tiros é uma competência que só a quebrada te dá. 

Agacha, deita, vai pra debaixo da cama, faça isso sempre que ouvir fogos e tiros.

Não vivemos em uma guerra. No confronto armado entre nações, os soldados dão suas vidas para defender seus cidadãos, seu território e sua nação. Aqui, os soldados brincam de tiro ao alvo e mesmo quando erram, acertam.

Kathlen Romeu, 24, viva, sempre sorridente, transmitia bem-estar a todos ao seu redor. Levava uma vida com ela, segurava essa vida com as mãos, os braços e a barriga. Teve a infelicidade de nascer mulher, negra e periférica.

A guerra às drogas aqui é uma espécie de “Malhação” da deep web: renovada anualmente, apenas altera os personagens, os atores, novas histórias sempre com os mesmos finais. Ninguém liga, ninguém se importa, mas todo ano tem uma temporada nova.

No clima quente do Rio de Janeiro, a minha gente soa frio. Nunca mais eu vou sorrir.

Na periferia, favela, quebrada, morro é como viver em um campo minado. Você pode estar passando ao lado de uma boca de fumo com pessoas armadas e não acontecer nada, pode visitar sua mãe e tomar um tiro. A bala da AK-47 sempre será encontrada, às vezes no muro, sempre em corpos pretos.

“Pelo amor de deus doutor!” Aqui fora revolta e dor, lá dentro estado desesperador. Assustador é quando se descobre que tudo deu em nada e que só morre pobre.

Poucos pretos e pobres têm a chance de morrer de velhice. Helena Malta das Candeias, minha bisavó, morreu um mês antes de completar 97 anos por conta de uma infecção generalizada. Privilegiada em viver muito, azar em ser preta. Viu a morte dos pais, marido, filhos, sobrinhos, netos e bisnetos.

“Essa historinha é contada há anos, que a polícia foi recebida a tiros. Quem foi recebida a tiros foi a minha filha!”, desabafa Jackeline, mãe da Kathlen.

A vida é desgraçada aqui.

Uma “revolução Haitiana” seria a única solução. Dizimar o estado que trabalha como uma máquina de moer pobre. Aqui no Brasil, a política de extermínio do povo preto anda de vento em popa como os navios negreiros de 1500, onde histórias de mulheres negras grávidas eram lançadas ao mar e seus filhos se tornavam reis do oceano.

2021. Matam mulheres grávidas seja por bala ou cloroquina, e o silêncio do Pró-Vida é ensurdecedor. O nazismo é aqui.

“Mulher branca grávida morre após levar um tiro, após um tiroteio em seu apartamento no Leblon, zona sul do Rio de Janeiro, entre policiais e bandidos”. Uma notícia dessa derruba o secretário de segurança, prefeito, governador e, se ela for de direita, a família receberia visita até do presidente da República pedindo desculpas e indenizações. 

Como Kathlen é preta e estava na favela, “a polícia diz que foram apreendidos um carregador de fuzil, munições de calibre 9 mm e material entorpecente a ser contabilizado”. Não precisa de muito para justificar. O secretário diz que a área é perigosa e abafa o caso.

E esse foi apenas mais um episódio de “Malhação”, ninguém liga, ninguém se importa e o final é sempre o mesmo.

Aguardem cenas do próximo episódio.

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Grafiteiros revitalizam muros perfurados por balas no Jacarezinho https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/2021/05/19/grafiteiros-revitalizam-muros-perfurados-por-balas-em-jacarezinho/ https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/2021/05/19/grafiteiros-revitalizam-muros-perfurados-por-balas-em-jacarezinho/#respond Wed, 19 May 2021 11:43:16 +0000 https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/files/2021/05/187536068_311797703943946_7090303741697657977_n-300x215.jpg https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/?p=582 Operação, chacina, não importa o nome que vamos dar para o que aconteceu na comunidade do Jacarezinho, Rio de Janeiro, no dia 6 de maio. O que importa são os 28 mortos, resultado de um trabalho sempre em progresso feito pela Estado brasileiro: matar negros.

Coração com 28 furos. Grafite feito por Roberto de Castro, conhecido como Time’S (Foto: Lenon Lins)

Recorde de assassinatos, números que aparentemente serão sempre superados e justificados, mesmo que injustificáveis, como o efeito colateral da guerra às drogas.

Vinicius Morais e Thiago Nascimento, cofundadores do LabJaca, laboratório de dados criado no Jacarezinho, que coleta informações sobre o impacto da Covid-19 no bairro, tiveram a ideia de trazer mais vida à comunidade reunindo grafiteiros para cobrir, com tinta e sprays, a marcas de balas deixadas nos muros após a tragédia.

Thiago comenta que a ideia surgiu na vontade de levantar a autoestima dos moradores da comunidade, ele lembra: “A gente presenciou tudo aquilo. Fomos acordados às 6 da manhã com helicóptero. Foi desesperador. O projeto veio para amenizar esse sentimento.”

Grafite feito por Guilherme Kid em Jacarezinho (Foto: Lenon Lins)

Eles tiveram o apoio de outro projeto que leva esperança em forma de arte na periferia. O Voltando à Escola, iniciativa criada pelo artista plástico Célio, que leva arte através do grafites para as salas de aula de escolas públicas, ele diz: “eu mandei uma mensagem para o Thiago falando que eu queria pintar um mural no jacarezinho como uma forma de solidariedade ao povo que não tem nada a ver com essa guerra. Acabou que eu e ele convidamos outros grafiteiros e fizemos essa homenagem para a comunidade”, ele conclui.

O resultado foi um dia calmo, alegre e cheio de trabalho como qualquer outro no cotidiano da comunidade do Jacarezinho, Tiago diz: “convidamos cerca de 30 grafiteiros e 10 fotógrafos. Foi um momento único. As crianças pintando os muros junto com os grafiteiros, os mais velhos pedindo pra grafitar o muro da casa deles. O resultado foi um sentimento de esperança, acreditar que um novo futuro para a favela é possível”, ele conclui.

 

Crianças ajudaram a pintar e fotografar o evento (Foto: Paulo Barros)

Entre os grafiteiros convidados estavam Roberto de Castro, conhecido como Time’S e Raphael de Souza Castro, que assina seus desenhos como Phael, pai e filho que superaram juntos os momentos de terror. Raphael lembra que no dia da operação ele e o pai ficaram frente a frente com o tiroteio. “Fomos alvejados com os estilhaços nas pernas. Um amigo ao lado teve a perna perfurada”, relata. Sobre o projeto, ele comenta que seu pai sempre quis retratar a história da comunidade nos muros dela pelos seus desenhos, ele continua: “Em conjunto com o LabJaca e o Voltando à Escola conseguimos colocar em prática um sonho. O objetivo era trazer mais vida para o Jacarezinho e incentivar o gosto pela arte”.

Eles tiveram trabalho. Antes de começar a desenhar, tiveram que tapar os buracos com argamassa e massa corrida. Em outros muros, tiveram que reparar algum dos desenhos que já estavam feitos, mas que os tiros estragaram. Tudo isso para manter o local onde vivem um lugar agradável.

Grafiteiro Times durante grafitaço feito em Jacarezinho (Foto: Paulo Barros)

As pessoas tendem a achar que algo é inferior pela imagem que mostrada dele, por isso a importância de sempre estarmos cuidado da nossa comunidade, Raphael finaliza dizendo: “Ninguém se familiariza com locais furados de bala, então nós sempre zelamos por nosso espaço na favela. A arte e a cultura aqui dentro incentivam as pessoas a cuidarem mais dos espaços, isso às vezes até evita uma troca de tiros só pelo fato de ter uma praça, um mural de grafite ou uma quadra”, ele conclui.

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Netflix doa R$ 3 milhões para fundo de amparo aos profissionais negros do audiovisual https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/2021/03/16/netflix-doa-r-3-milhoes-para-fundo-de-amparo-aos-profissionais-negros-do-audiovisual/ https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/2021/03/16/netflix-doa-r-3-milhoes-para-fundo-de-amparo-aos-profissionais-negros-do-audiovisual/#respond Tue, 16 Mar 2021 16:35:13 +0000 https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/files/2021/03/HPTNYYPP3NBOFELS7FQXKSMAVU-300x215.jpg https://sonsdaperifa.blogfolha.uol.com.br/?p=484 A população que mais morre, a que mais perde oportunidades, o povo que mais precisa, e durante a pandemia parece que o mundo invertido não tem saída.

Com esse sentimento e pensando nos últimos acontecimentos mundiais como o Black Lives Matter e a nova onda da pandemia no Brasil que a Netflix se dispôs a apoiar profissionais e organizações negros do audiovisual e incentivar a sua permanência no mercado.

A empresa doou R$3 milhões ao FAPAN (Fundo de Amparo aos Profissionais do Audiovisual Negro), verba que irá beneficiar 875 profissionais autônomos e 275 representantes legais. Para ser beneficiário desse investimento você precisará se inscrever no site da FAPAN a partir de 21 de março, data em que é comemorado o Dia Internacional contra a discriminação racial. A iniciativa faz parte de um fundo de 150 milhões de dólares da empresa, que foi administrado em mais de 20 países, criado para apoiar aqueles em maior dificuldade no setor de produção audiovisual em países onde a Netflix tem uma grande base de produção.

Responder ao racismo e à injustiça com mudanças significativas também exigirá a criação de oportunidades a longo prazo. Como um primeiro passo, no ano passado, a Netflix se comprometeu a apoiar a comunidade negra– com foco na geração de oportunidades, em particular para a comunidade criativa. R$2 milhões foram destinados à APAN, Instituto Querô, Instituto Criar e Instituto Nicho 54 para programas de mentoria, treinamento e capacitação de talentos negros em todo o Brasil.

Vidas negras importam e suas histórias também. O desejo que fica é que essas iniciativas – somadas a tantas outras que ainda são necessárias– possam reduzir as desigualdades e fazer com que essas potências espalhadas pelo Brasil, se encontrem e ampliem suas vozes. Assim, mais brasileiros também poderão se ver refletidos na tela.

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