Com abertura de Drik Barbosa, festival Favela em Casa terá 12 horas de programação
É só ir em qualquer quebrada para se sentir num festival. Bom, eu posso falar da minha — dependendo de onde você estiver no Grajaú, a trilha sonora muda.
É como os palcos do Lollapalooza, se você estiver passando na rua das igrejas –sim, temos uma rua cheia delas– o gospel é uma certeza, mas se você estiver perto de um boteco no BNH, um Barões da Pisadinha ou um Limão com Mel vai tá entoando na porta acompanhado pelo bebum local, que provavelmente vai tá usando uma camisa e calça social, e, claro, cantando intercaladamente com um gole de Dreia às 10h. Isso quando sua vizinha não coloca um Sampa Crew tentando abafar o MC Magrinho que outro vizinho tá ouvindo e ela não quer que seu filho ouça e aí começa a guerra dos “falantes”.
Música e arte está na veia da periferia como em nenhum outro lugar. Foi com esse pensamento que nasceu o #FestivalFavelaEmCasa, totalmente online e com muita arte e cultura periférica que será transmitido a partir desta sexta-feira (18), às 19h, pelas redes sociais do evento.
“O Favela em Casa foi pensado para ser uma vitrine de artistas independentes de favela que estão fora da bolha do mainstream. Criamos um festival para ser gerenciado e produzido por uma equipe composta, majoritariamente, por pessoas periféricas, pretas e independentes”, conclui Andressa Oliveira, idealizadora do festival ao lado de Marcelo Rocha, que complementa: “O Festival surgiu do nosso sonho de movimentar e incentivar os artistas das nossas comunidades, especialmente nesse momento de pandemia. E esse nosso sonho se tornou maior com a parceria do Sesc, que foi fundamental para a visibilidade dos nossos artistas e da nossa causa, que também passa pela sustentabilidade socioeconômica dos trabalhadores da cultura nas favelas”.
O festival promete durar 12 horas e vai ser aberto pelo show da cantora Drik Barbosa. A programação ainda conta com diversos artistas da periferia de São Paulo, entre eles as rappers Tasha e Tracie, o grupo Pagode da 27, o poeta Felipe Marino e o grupo de teatro Identidade Oculta.
Além da programação artística e cultural, o festival terá bate-papos gravados e que passarão durante o evento. As versões completas desses encontros ficarão disponíveis posteriormente no canal do YouTube do Favela em Casa, junto com toda a programação.
Disponível no Instagram Sesc Ao Vivo; canal Sesc São Paulo no YouTube e no canal Festival Favela em Casa no Youtube