Em comemoração ao aniversário de São Paulo, ‘Quebrada Viva’ faz projeções em laser nas quebradas da capital

Nós de quebrada estamos acostumados com a morte, seja em tempos de Covid-19 ou não. Porém, é certo dizer que a tristeza, descaso e caos tem nos acompanhado ainda mais nesses últimos meses. No mês de janeiro, por exemplo, já foram registrados 237 mil novos casos da doença no estado, sendo 16 mil a mais que no mês de dezembro de 2020, os mais afetados? Pretos de periferia.

Pensando nesses números e na situação em que os moradores dos extremos estão passando que artistas de quebrada se uniram e criaram o “Quebrada Viva”– iniciativa da produtora cultural Michelle Serra que é gestora da Supere Cultural, do pichador M.I.A e do iluminador Diogo Terra. Hoje (25/01), em pleno Aniversário de São Paulo, o coletivo levará para as periferias da cidade uma série de projeções em laser com frases de conscientização, reforçando a importância do distanciamento social e da união da quebrada nesse momento tão delicado. As projeções acontecerão de forma itinerante, iniciando na zona Sul da capital paulista e encerrando na zona norte

Projeção feita pelo coletivo ‘Quebrada Viva’ (Foto: Divulgação)

Os bairros que vão receber as projeções são Jardim Peri, Damasceno, Paraisópolis e Jardim Colombo. Nelas, serão ecoadas mensagens de amor, esperança, cuidado e afeto e que poderá ser acompanhada pela comunidade das janelas de suas casas. Essa ação é parte da programação cultural preparada pela Secretaria Municipal de Cultura para o aniversário de São Paulo, que comemora 467 anos hoje. Pegou a visão?

Michelle conta que O Quebrada Viva surge da vontade de expandir e descentralizar a cultura na cidade. Principalmente nesse momento em que essas iniciativas culturais estão passando por um desmonte, começamos a ver apenas grandes artistas se apresentando no centro, enquanto nas quebradas a arte e a cultura não chegam. “Por isso eu e meus amigos M.I.A. e Diogo Terra decidimos nos unir para levar essas mensagens e numa linguagem que os nossos entendam. Embora eu resida na Casa Verde, tenho atuado como ativista social em comunidades. Nós sabemos o quanto as informações não chegam nesses lugares”, relata a produtora.

Além de homenagear São Paulo pelo seu aniversário e conscientizar a periferia, a programação promove o respeito às vítimas do coronavírus e todos os profissionais que estão na linha de frente no combate a pandemia, em especial os de saúde.

Com o intuito de evitar aglomerações, a programação foi construída a partir de variadas intervenções pela cidade que desestimulam aglomerações. Ficou curioso? Então se liga no itinerário:

18h30: Jardim Colombo – Rua das Goaibeiras, 455
20h00: Paraisópolis – Rua Silveira Sampaio 579, esquina com Herbert Spencer
21h30: Jardim Damasceno – Av. Hugo Ítalo Merigo, 1380
22h30: Jardim Peri – Alto Rua Oliveira Martins, 59